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Dólares continuam a entrar no Brasil no início de novembro, diz BC


Ingresso de divisas acontece apesar da vitória de Donald Trump nos EUA.
Neste mês, até dia 11, US$ 924 milhões entraram na economia brasileira.
A entrada de dólares no Brasil superou a retirada de recursos em US$ 924 milhões no início de novembro, informou o Banco Central nesta quarta-feira (16). O valor foi registrado entre o dias 1º e 11 do mês.
Os dólares ingressaram no país até mesmo depois da vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, fenômeno que trouxe instabilidade aos mercados e, nos países emergentes, como o Brasil, provocou alta da moeda norte-americana e queda das bolsas.
A vitória de Trump foi confirmada em 9 de novembro. Neste dia, US$ 177 milhões ingressaram na economia brasileira. Em 10 e 11 de novembro, entraram no Brasil US$ 1,61 bilhão e US$ 190 milhões, respectivamente.
Em outubro, com o ingresso de recursos da regularização de ativos no exterior, a chamada repatriação, US$ 8,78 bilhões entraram no país. Foi o maior ingresso líquido (acima das retiradas) de dólares no país para um único mês desde abril de 2015.
No acumulado de janeiro a 11 de novembro, porém, ainda foi registrada mais saída do que entrada de dólares. Neste período, US$ 6,05 bilhões deixaram o Brasil, de acordo com o BC. Em igual período do ano passado, houve o ingresso de US$ 8,81 bilhões no país.
Impacto no dólar
A entrada de dólares na parcial de novembro favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda em relação ao real. Isso porque, com mais dólares no mercado, o preço tende a cair. Em novembro, porém, o dólar vem registrando forte alta.
No fim de setembro, o dólar estava cotado a R$ 3,19 e, nesta quarta-feira (16), por volta das 12h40, estava sendo negociado a R$ 3,42. 
Segundo analistas, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda norte-americana, como o cenário eleitoral nos Estados Unidos - que gerou desvalorização das moedas das principais economias emergentes, entre elas o real.
Além disso, o cenário externo (com a previsão de alta dos juros nos Estados Unidos, que tende a atrair capital para aquela economia) e o cenário político no Brasil (com a expectativa da aprovação da PEC do teto de gastos), também influenciam as cotações.
Interferência do BC
Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swap cambial (que funcionam como uma venda futura de dólares), ou de "swaps reversos" – que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro.
Nestas operações, o BC faz oferta de dólares para tentar controlar a cotação da moeda e impedir grandes oscilações. Além disso, essas operações servem para oferecer garantia (hedge) a empresas contra a valorização do moeda.
Nesta quarta-feira, por exemplo, o dólar operava em baixa ante o real, com o mercado de olho na ação firme do Banco Central para tentar conter a volatilidade da moeda norte-americana após a vitória de Donald Trump na corrida presidencial nos Estados Unidos.
Em teleconferência com a imprensa estrangeira, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a instituição tem espaço para agir visando "tranquilizar" os agentes do mercado financeiro após a instabilidade provocada pela vitória de Trump.
De acordo com ele, o BC pode emitir novos contratos de "swap cambial", instrumentos que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro e servem para controlar as oscilações da moeda.

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