'Doutor Estranho' supera polêmicas de diversidade e introduz magia à Marvel
'Doutor Estranho' supera polêmicas de diversidade e introduz magia à Marvel
'Mais diversificado possível', diz Chiwetel Ejiofor ao G1 sobre elenco do filme.
Ator indicado ao Oscar interpreta vilão das HQs que se torna mentor no longa
Mesmo após enfrentar demônios, magos malignos e ameaças de outras dimensões, o “Doutor Estranho” que chega aos cinemas no próximo dia 2 de novembro terá novos desafios a superar. O próximo filme da Marvel, protagonizado por Benedict Cumberbatch no papel do super-herói místico, não apenas introduzirá magia ao universo cinematográfico da editora, mas deverá provar que se manteve fiel ao material original, ao mesmo tempo em que encara críticas quanto à diversidade de seu elenco.
As polêmicas não impediram o envolvimento de Chiwetel Ejiofor, indicado ao Oscar por sua atuação em “12 anos de escravidão”. Em “Doutor Estranho”, o ator interpretará Mordo, um dos personagens que sofreu alterações entre os dois meios. De vilão branco, ele passou a colega/mentor negro.
“Não estava muito preocupado. O elenco do filme é o mais diversificado possível”, afirma, em entrevista ao G1 por telefone. “Sinto que o que alcançamos, entre eu, Tilda, Benedict Wong e Benedict Cumberbatch, foi algo com pessoas de diferentes origens, diferentes gêneros”, explica.
O Mordo de Ejiofor se torna um guia para o Strange de Cumberbatch (Foto: Divulgação/Marvel)
Criado nos quadrinhos em 1963 por Steve Ditko, Stephen Strange é um renomado cirurgião americano que perde a destreza com as mãos em um acidente de carro e viaja pelo mundo em busca de uma cura. Em um templo no alto do Himalaia, ele estuda artes místicas e recebe o título de maior mago do planeta.
Para alguns, a sinopse original das HQs poderia ser apresentada como a descrição de apropriação cultural: um ocidental branco vai à Ásia, aprende os hábitos locais e se torna melhor do que os habitantes. Não bastasse isso, a adaptação ao cinema tomou certas liberdades que não foram vistas com bons olhos.
É o caso do personagem do Ancião, um ser místico que assume o papel de mentor de Strange e é retratado nos quadrinhos como um homem asiático, mas que será vivido no filme por Tilda Swinton (“Descompensada”) -- uma mulher claramente britânica.
Tilda Swinton vive o Ancião, originalmente um personagem asiático nas HQs
A mudança foi considerada como exemplo de “whitewashing”, prática na qual Hollywood escala atores caucasianos no papel que originalmente eram pensados para artistas pertencentes a minorias, como negros e asiáticos.
“Quando o personagem foi criado, nos anos 1960, era uma época realmente muito diferente. Por isso, é importante se afastar de algumas coisas que eram um pouco mais estereotipadas e tentar reinventar de uma forma mais contemporânea”, diz Ejiofor.
Bom exemplo disso é a mudança sofrida pelo personagem Wong -- coincidentemente interpretado pelo ator com o mesmo sobrenome. No longa, ele deixa a velha posição dos quadrinhos de criado oriental de Strange e passa a ser guardião da biblioteca de Kamar-Taj, cidade mística na qual o herói recebe seu treinamento.
Mordo mais 'tridimensional'
Apesar das mudanças, o personagem de Ejiofor é introduzido de forma parecida à dos quadrinhos. No filme dirigido por Scott Derrickson (“A entidade”), Mordo ainda é um aprendiz antigo do Ancião (Anciã?) que é afetado pelos talentos naturais do estranho novato, mas, dessa vez, não se deixa afetar pela inveja.
Apesar das mudanças, o personagem de Ejiofor é introduzido de forma parecida à dos quadrinhos. No filme dirigido por Scott Derrickson (“A entidade”), Mordo ainda é um aprendiz antigo do Ancião (Anciã?) que é afetado pelos talentos naturais do estranho novato, mas, dessa vez, não se deixa afetar pela inveja.
“Mordo também foi criado de uma maneira muito binária, então eu estava animado com a ideia de brincar com isso um pouco, de torná-lo mais tridimensional. Sinto que, quanto mais complexos são os personagens, mais interessantes são as dinâmicas e os relacionamentos, e melhor fica o filme”, analisa Ejiofor.
“A relação entre os dois é bem interessante porque é Mordo quem apresenta Strange a esse mundo e acaba assumindo um papel de mentor, junto do Ancião. Ele o introduz a Kamar-Taj e a aspecto das artes místicas”, completa o ator. “A questão em relação a Strange é que ele tem uma aptidão às artes místicas, então ele faz dele seu pupilo. E porque ele é tão bom na prática, acaba mudando a dinâmica das relações dos outros personagens.”
Strange se torna um mestre das artes místicas
Marvel com magia
Além das adaptações, o último grande desafio do longa foi um dos grandes atrativos para o ator, que se interessou por participar da estreia da magia dentro do universo Marvel.
Além das adaptações, o último grande desafio do longa foi um dos grandes atrativos para o ator, que se interessou por participar da estreia da magia dentro do universo Marvel.
“Acho que é uma adição fascinante, esse conceito das artes místicas e esse tipo de realidade multidimensional, que não foram vistos em nenhum dos outros filmes. Logo nas minhas primeiras conversas com o Derrickson, ele me apresentou o tipo de linguagem visual do filme. Muito do trabalho era ficar no meio de belas imagens psicodélicas, que eu acho que serão muito excitantes de assistir.”
Ele não sabe exatamente o que virá desse novo elemento no futuro da franquia e dos Vingadores nos cinemas, mas está ansioso para descobrir. “Será interessante ver esse universo se desdobrar agora. Não importa a força dos outros personagens fisicamente, eles não têm as habilidades para lidar com magia, então será bem interessante.”
O Ancião e Mordo são velhos conhecidos no filme
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