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Empresa corta ônibus em área do DF, e moradores têm de andar até 8 km


Decisão ocorreu após grupo queimar veículos contra reintegração de posse.
Apenas sete linhas circulam atualmente em São Sebastião, e sob escolta.

Após ter dois ônibus queimados em um protesto contra a reintegração de posse de uma área invadida em São Sebastião, a Viação Pioneira reduziu na quinta-feira (10) o itinerário de quatro linhas de ônibus que rodam na região administrativa no Distrito Federal. A empresa alega que os coletivos só vão rodar em avenidas comerciais e sob escolta policial.

Os coletivos das linhas 147.7, 180.3, 183.2 E 183.7 passam pelo Jardim Botânico e seguiam para o terminal de São Sebastião. Com a intervenção da empresa, os ônibus vão somente até a DF-001 e os passageiros precisam completar percursos de até oito quilômetros a pé. Segundo a companhia, apenas sete linhas circulam na Avenida Comercial da quadra 9 sob escolta policial.
O operador de máquinas Valentim Pagine, de 64 anos, mora em um condomínio do Jardim Botânico e há sete dias volta a pé do trabalho, no Lago Sul. “Depois de trabalhar o dia todo, tenho que fazer essa caminhada e, às vezes, arrumar dinheiro para pagar o [transporte] pirata se não quiser vir a pé”, afirma.
A líder comunitária do Jardim Botânico Margareti Soares conversou com um dos diretores da Pioneira. “Não avisaram à população, enquanto que essa invasão não tem nada a ver com o Jardim Botânico. Muito pelo contrário, o ponto final dos ônibus é no Jardim Botânico”, afirma.

A família da auxiliar de radiologia Maria da Silva tem usado serviços de mototáxi e gasta diariamente R$ 40 para chegar ao trabalho e à escola. “Nós vamos para São Sebastião e temos que esperar um ônibus lotado que vem do terminal para podermos ir ao Plano Piloto.”
Entenda o caso
A reintegração de posse foi realizada ao longo da última semana pela Agefis e Polícia Militar na região do Núcleo Rural Zumbi dos Palmares, nas chácaras 40 e 41, que pertencem à Terracap. De acordo com a Agefis, as terras "deveriam ter, no máximo, quatro edificações", mas foram loteadas em uma série de casas de alvenaria de pequeno porte.

Os moradores afirmam que compraram o direito dos lotes dos próprios chacareiros, que têm o termo de posse das terras. "A terra é cedida pelo governo para uso rural. O chacareiro não é dona dela, não pode lotear e venda-la", informa a Agefis.
A agência estimou haver 120 edificações irregulares em toda a área de 66 mil m². Na terça (8), 22 mil m² de terra foram reintegrados, após a derrubada de 11 casas. Na quarta foram demolidas 20.

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