Delegado em SP é condenado à prisão por vender cigarros contrabandeados
Renato Savério é acusado de vender carga por R$ 200 mil em Jardinópolis.
Ele contava com escrivão para falsificar documentos públicos, diz acusação.
O ex-titular da delegacia de Jardinópolis (SP), Renato Savério, acusado de vender cargas apreendidas de cigarros contrabandeados do Paraguai, foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão pela Justiça. Ele está preso desde março de 2015 no presídio da Polícia Civil em São Paulo (SP).
Segundo a promotoria de Justiça, Savério chegou a lucrar R$ 200 mil com a venda de 22.150 pacotes de cigarros, apreendidos em dezembro de 2014 em Jardinópolis. Ele foi exonerado da função pelo governo de São Paulo em agosto de 2016.
O escrivão de polícia Silvio Perissê, acusado de atuar junto com Savério e falsificar documentos públicos e fraudar processos, foi condenado a 10 anos de prisão. Perissê chegou a ser preso, mas conseguiu um habeas corpus e respondia ao processo em liberdade.
O advogado do ex-delegado, Júlio Mossin, disse que vai recorrer da decisão. A defesa de Perissê não foi localizada para comentar o assunto.
Um terceiro homem, acusado de ser o receptador das cargas, foi condenado a 7 anos e 6 meses de prisão, mas está foragido.
Desvido de cargas e falsificação de documentos
A investigação apontou que o Savério agiu da mesma forma em pelo menos duas apreensões de cargas contrabandeadas de cigarros. Segundo o Ministério Público, a primeira ilegalidade foi constatada em julho de 2014, quando 5.345 pacotes do produto, provenientes do Paraguai, foram desviados pelo ex-delegado.
Ao invés de ser incinerada, a carga foi entregue a um terceiro, que se encarregou de vender a mercadoria. Savério e Perissê chegaram a obter autorização da Justiça de Jardinópolis para destruir os cigarros, mas eles nunca chegaram ao destino correto. De acordo com a acusação, os dois falsificaram um documento, anexado ao inquérito, atestando a incineração no forno de uma usina na região.
As assinaturas, assim como os dados das testemunhas que constam no documento, também foram falsificadas.
Em dezembro de 2014, outros 22.2150 pacotes de cigarros foram apreendidos em Jardinópolis por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto (SP). De posse da carga, segundo a investigação, Savério repetiu a ação criminosa, tendo obtido R$ 200 mil com a venda da carga. Do total, R$ 30 mil foram repassados ao escrivão de polícia.
Em março de 2015, Savério foi preso a pedido da Corregedoria da Polícia Civil. De acordo com o advogado, o ex-delegado confessou os crimes.
Na época, a polícia acabou descobrindo que o então delegado também teria aplicado um golpe contra uma seguradora de veículos. De acordo com a investigação, ele registrou um boletim de ocorrência pelo roubo da caminhonete em que estava, mas o crime nunca aconteceu. O veículo tinha placas fraudadas. A empresa pagou a Savério uma indenização de R$ 150 mil. O ex-delegado responde a ação por estelionato.
A investigação apontou que o Savério agiu da mesma forma em pelo menos duas apreensões de cargas contrabandeadas de cigarros. Segundo o Ministério Público, a primeira ilegalidade foi constatada em julho de 2014, quando 5.345 pacotes do produto, provenientes do Paraguai, foram desviados pelo ex-delegado.
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