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Suspeita de bullying aluno apreendido por atirar dentro de colégio em Goiânia é transferido para centro de internação

Estudante de 14 anos estava apreendido na cela de uma delegacia. Tiros deixaram dois colegas mortos e mais quatro feridos.

O Dicente de 14 anos que atirou dentro de sala de aula deixou na tarde desta segunda-feira (22) a Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai), em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, o aluno seguiu para um centro de internação para cumprir a decisão de internação provisória. Os tiros causaram a morte de dois colegas e deixaram outros quatro feridos.
"O adolescente foi encaminhado para um centro de internação e agora está sob a égide do Poder Judiciário. A partir de agora, o juiz definirá o período de internação", relatou o delegado titular da Depai, delegado Luiz Gonzaga Júnior.


O delegado remeteu o auto de investigação à Justiça na sexta-feira, horas após a tragédia no Colégio Goyases. Porém, ainda não concluiu a apuração. "Vamos ainda ouvir todos da escola e familiares para encaminhar todo o material ao Judiciário via peças complementares", explicou Júnior.
Também estão pendentes laudos periciais. Entre eles está o que aponta a quantia de tiros disparados. Segundo o delegado, é possível adiantar que o menino disparou cerca de 10 tiros.

Horas após ser apreendido, o adolescente disse que depoimento à polícia que sofria bullying. Colegas confirmaram que o autor dos disparos era vítima de piadas maldosas.
“Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento, que não usa desodorante”, contou um aluno de 15 anos.
Segundo o delegado, o estudante disse que planejou o crime por dois meses. Além disso, revelou que se inspirou nos massacres de Realengo, no Rio de Janeiro, e de Columbine, nos Estados Unidos.
Defesa
Filho de policiais militares, o adolescente estava em uma cela separada da Depai desde o dia que atirou contra a turma. Ao G1, a advogada que representa a família do estudante, Rosângela Magalhães, havia contado que o adolescente "está arrependido".
"Ele está abalado, como o pai, a mãe, todo mundo. A mãe está internada, o pai visivelmente não está bem. Ninguém imaginava que isso pudesse acontecer”, disse a advogada.
O pai do menino prestou depoimento na Depai na manhã desta segunda. "Ele [pai] estava sereno, tranquilo, mas muito abalado com o que aconteceu. Ninguém sabia que ele [filho] sofria bullying, foi uma surpresa para todos", disse o escrivão Marcos Paulo Passos, que colheu o depoimento.
Após a oitiva, o pai não quis falar sobre o assunto com a imprensa. "Eu pretendo falar em outra oportunidade, em outro momento", disse.

A advogada da família contou ainda que a mãe do adolescente está internada desde o dia do atentado no Colégio Goyases e não se sabe quando ela receberá alta. Por isso, a mulher ainda não se encontrou com o filho.


O que se sabe até agora: Veja a sequência dos fatos:

  • Colegas relatam que ouviram um barulho
  • Em seguida, os alunos viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando
  • Alunos correram para fora da sala de aula
  • O aluno descarregou um cartucho, carregou o segundo e deu um tiro, mas foi convencido pela coordenadora a parar de atirar
  • Estudante foi levado para a biblioteca até a chegada dos policiais


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