Estudo diz que gene da obesidade tem pouco impacto sobre dieta e exercício
Quem tem gene tem mais risco de ser obeso, mas responde bem a dieta.
Descoberta significa que predisposição genética pode ser neutralizada.
As pessoas portadoras de uma variante do gene FTO (o chamado gene da obesidade), que favorece o acúmulo de gordura, reagem tão bem à dieta e ao exercício quanto aqueles sem ela, segundo um artigo publicado na quarta-feira.
Isto significa que as pessoas com a variante, que parece estar ligada a um maior risco de sobrepeso, não estão necessariamente condenadas a permanecer assim, de acordo com uma meta-análise publicada na revista médica "BMJ".
"Indivíduos portadores (da variante) respondem igualmente bem à intervenções para a perda de peso à base de dieta, atividade física ou remédios", escreveram os autores do artigo, baseado na revisão de oito estudos envolvendo cerca de 10 mil pessoas.
Isto significa que a predisposição genética para a obesidade "pode ser pelo menos parcialmente neutralizada por meio de tais intervenções".
Cientistas já haviam demonstrado uma associação entre uma variante do gene FTO e o excesso de gordura corporal, mas pouco se sabe sobre como esse vínculo funciona.
As contribuições relativas da genética e do estilo de vida para a epidemia global de obesidade ainda são objeto de discussão.
Emagrecimento foi semelhante em dois grupos
A mais recente revisão mostrou que os participantes de programas de perda de peso que tinham a variante do FTO começaram, em média, com um quilo a mais do que aqueles sem ela.
Mas as mudanças no peso foram semelhantes em ambos os grupos, independentemente de outros fatores como etnia ou gênero, disseram os autores.
Em 2014, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,9 bilhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso. Destes, mais de 600 milhões eram obesos.
O excesso de peso já foi associado cientificamente a doenças cardíacas, derrame e alguns tipos de câncer.
Comentando a última pesquisa, a nutricionista chefe da agência de Saúde Pública da Inglaterra, Alison Tedstone, disse que as causas da epidemia de obesidade podem ter pouco a ver com genes.
O estudo acrescenta evidências que "sugerem que fatores ambientais podem ser dominantes sobre ao menos os genes comuns ligados à obesidade".
Tais fatores podem incluir uma dieta rica em açúcar ou exercícios físicos insuficientes.
A mais recente revisão mostrou que os participantes de programas de perda de peso que tinham a variante do FTO começaram, em média, com um quilo a mais do que aqueles sem ela.
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