Apenas 1% dos refugiados vai para a faculdade.
Cada vez há mais refugiados com menos de 18 anos, diz Acnur.
Quase 4 milhões de crianças que foram forçadas a abandonar seus lares e sobreviver em outros países não têm acesso à educação, denunciou nesta quinta-feira (15) a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
A entidade elaborou um relatório sobre a assistência aos centros de educação primária ou secundária, e revelou que 3,7 milhões das 6 milhões de crianças que estão sob seu comando não têm acesso a nenhum centro educaca Especificamente, 1,75 milhões de crianças refugiadas não frequentam a escola primária e 1,95 milhões de adolescentes estão na mesma situação em relação ao ensino médio.
De acordo com o estudo, os refugiados têm cinco vezes mais possibilidades de não frequentar as aulas que a média mundial de crianças sem acesso à escola.
"A educação dos refugiados está abandonada, quando seria uma das poucas oportunidades de transformar e construir a geração futura para que possam mudar o destino de dezenas de milhares de deslocados forçados que há no mundo", disse o alto comissário para os refugiados, Filippo Grandi.
Comparando os dados do Acnur com os da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre matrículas escolares, percebe-se que apenas 50% das crianças refugiadas vão à escola primária quando a média mundial é de 90%.
Quanto mais crescem, a distância aumenta ainda mais: só 22% dos adolescentes refugiados vão à escola secundária, comparado com a média mundial de 84%.
No nível superior, apenas 1% dos refugiados vão para a universidade, comparado com 34% em nível mundial.
Outro aspecto que destaca a Acnur é o fato de que cada vez há mais refugiados que são menores de idade, e a tendência é que aumente.
A agência lembrou que os refugiados, muitas vezes, vivem em lugares onde os governos já têm problemas para poder oferecer educação a suas próprias crianças, então a logística e os recursos para educá-los envolve um esforço extra.
Mais da metade das crianças refugiadas que não frequentam a escola estão em sete países: Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Quênia, Líbano, Paquistão e Turquia.
Um dos exemplos no relatório é o da Síria, onde em 2009, 94% das crianças estavam na escola, e em 2016 esse nível tinha abaixado para 60%.
Atualmente, mais de 2 milhões de crianças na Síria não estão na escola.
Nos países que fazem fronteira com a Síria, sobrevivem 4,8 milhões de sírios, dos quais 35% são crianças.
Na Turquia, apenas 39% das crianças refugiadas vão para a escola primária ou secundária, 40% no Líbano e 70% na Jordânia, o que significa que quase 900 mil crianças sírias não vão ao colégio.
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