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Governo vai liberar controle de empresas aéreas brasileiras por estrangeiros


Mudança será feita via medida provisória, informou o Ministério do Turismo. Hoje Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) permite que estrangeiros detenham, no máximo, 20% do capital de aéreas.
O governo vai permitir que grupos estrangeiros detenham até 100% 
do capital de empresas aéreas brasileiras, informou nesta terça-feira
 (11) o Ministério do Turismo. A mudança no Código Brasileiro de 
Aeronáutica (CBA) será feita por medida provisória, que tem validade 
imediata, a partir da sua publicação.
De acordo com o ministério, a medida provisória será assinada pelo 
presidente Michel Temer ainda nesta terça. Hoje, o CBA permite que 
estrangeiros tenham, no máximo, 20% do capital de empresas aéras 
nacionais. Ou seja, o controle dessas empresas tem que ficar nas 
mãos de brasileiros.
O ministro do Turismo, Marx Beltrão, afirmou que a MP não vai impor 
qualquer restrição ao investimento estrangeiro nas aéreas.

"Não vai ter restrição. A abertura de 100% de capital significa 
que, a partir da MP, a qualquer momento as empresas já podem 
explorar nosso mercado de aviação civil", afirmou. Beltrão disse 
que todos os detalhes da medida serão divulgados à tarde pelo 
presidente Michel Temer.
No ano passado, Temer já havia tentado mudar a regra 
para permitir o controle estrangeiros das aéreas brasileiras.
 Entretanto, o movimento foi barrado no Senado, que só
 aprovou um projeto do governo com mudanças no setor 
aéreo depois de acordo em que o presidente se comprometeu 
a vetar o trecho que elevava para 100% a fatia de estrangeiros
 nas empresas.
A mudança foi barrada porque senadores avaliaram que o 
controle estrangeiro das áereas nacionais poderia colocar 
em risco a aviação regional e a continuidade da oferta de 
voos para alguns destinos pouco atrativos.
Beltrão, afirmou que a abertura de capital permitirá que 
mais empresas façam investimentos no mercado aéreo 
brasileiro, o que deve contribuir para elevar o número de
 destino atendidos por voos e a competitividade.
"Com abertura de capital a perspectiva é que os preços
 [das passagens aéreas] caiam”, disse o ministro.
Para especialistas em aviação, a nova regra poderá
 viabilizar a mudança de controle das empresas aéreas.

Concessão de trechos de orla e margens de rios

O anúncio da medida provisória faz parte do pacote de medidas
 que o Ministério do Turismo anuncia como forma de incentivo 
ao setor de turismo no Brasil.
O pacote inclui a edição de uma portaria, do Ministério do 
Turismo e da Secretaria de Patrimônio da União, que
 permitirá a transferência para o ministério de áreas com
 potencial turístico, como orlas marítimas e margens de rios federais.
Com isso, o Ministério do Turismo poderá conceder 
essas áreas para a construção de marinas, hotéis e resorts.
"O ministério definirá os tipos de empreendimentos turísticos
 que se deseja incentivar nas áreas selecionadas, levando 
em conta o potencial e a vocação econômica turística das 
áreas", afirmou o Ministério.
Outra medida anunciada é a implantação de visto eletrônico
 para países considerados pelo governo como estratégicos
 para ampliar a vinda de estrangeiros ao Braisl: Estados Unidos,
 Canadá, Austrália e Japão. Também estão na lista o Cata

e Arábia Saudita.
De acordo com o ministro, nos próximos dois anos a facilitação
 de vistos para esses países deve injetar R$ 1,4 bilhão na
 economia brasileira.
Beltrão informou que também está em estudo a aplicação 
do visto eletrônico para turistas da China e da Índia.
A implantação do visto eletrônico, prevista para ocorrer ainda 

em 2017, diminui para 48 horas o prazo total de 
solicitação, pagamento de taxas, análise, concessão 
e emissão de visto. Tudo pode ser feito pela internet ou por aplicativo.
Beltrão destacou que o ministério chegou a defender a
 isenção de visto para esses países estratégicos, mas a 
lei brasileira, que exige reciprocidade nesses
 casos, impediu isso. O princípio da reciprocidade 
determina que só ficarão isentos de visto para entrar
 no Brasil os cidadãos de países que também não
 exigem visto de brasileiros.

Embratur

O Ministério do Turismo anunciou ainda a mudança jurídica 

da Embratur, que vai passar a funcionar como serviço 
social autônomo. Segundo o ministério, isso permitirá à
 Embratur receber recursos privados e manter estrutura
 física e quadro de pessoal no exterior.
A nova Embratur receberá um percentual da arrecadação
 bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares.
O governo também enviará ao Congresso Nacional, em
 regime de urgência, uma proposta com 118 alterações 
da Lei Geral de Turismo. Uma das mudanças incluirá os 
albergues na lista de hospedagem.

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