IC identifica número de arma usada por autor de chacina e finaliza laudo
Pistola 9 mm estava com a numeração raspada e não tinha registro.
Sidnei Ramis de Araújo matou a ex-mulher, filho e mais dez em Campinas.
O Instituto de Criminalística terminou a perícia na arma do autor da chacina que matou 12 pessoas da mesma família em Campinas (SP), durante uma festa de réveillon no último sábado (31). De acordo com o diretor do IC, Edvaldo Messias Barros, os peritos constataram a presença de sangue na pistola 9 milímetros usada por Sidnei Ramis Araújo e conseguiram identificar a númeração da arma, que estava raspada. No entanto, a apuração atestou que a arma não tinha registro.
Ainda segundo o IC, o sangue encontrado na arma passará por exames de identificação. No entanto, de acordo com Barros, é "muito provável" que ele seja de Araújo, que se matou após atirar na ex-mulher Isamara Filier, de 41 anos, no filho de 8 anos e em outras dez pessoas da família.
Apesar da pistola estar com a numeração raspada, os peritos utilizaram uma série de produtos químicos para conseguir identificar o número. O G1 tentou contato com a Polícia Civil, mas até a publicação não obteve retorno.
O Instituto de Criminalística vai elaborar ainda um laudo do imóvel baseado na perícia feita no dia em que aconteceu o crime e outro documento complementar, realizado após uma nova visita dos peritos feita na terça-feira (3). Segundo Barros, será feita uma planta do imóvel para identificar onde estava cada vítima no momento dos tiros. No total, quatro dos 29 profissionais que trabalham no IC estão responsáveis pelo caso.
Áudios, carta e diário
O atirador da chacina gravou uma série de áudios onde conta sobre a suposta compra da arma usada nos assassinatos e pede perdão "pelos transtornos". Entre as gravações obtidas pela EPTV, o atirador menciona que ocultou a numeração da pistola para tentar proteger a suposta vendedora e espera que ela não saiba sobre o uso. "Eu raspei toda essa numeração para que ninguém consiga prejudicar a mulher, coitada. Espero que ela nem fique sabendo disso, senão ela vai pensar que vai morrer, vai para o inferno e vai deixar os filhos aí", relata.
Em outro dos trechos da gravação, o atirador evidencia o plano de cometer o crime durante o Natal e pede perdão aos policiais pelos "transtornos" que causaria. "Quero pedir desculpas até mesmo para a polícia, para o resgate. Vou gerar muitos transtornos, vocês não vão nem conseguir almoçar direito, ter o descanso do almoço no Natal. Me desculpa, não dá, não consigo suportar."
Antes dos crimes, o atirador também escreveu uma carta para os amigos e a namorada, além de mensagens para o filho. No documento de oito páginas, ele afirma que estava se vingando da ex-esposa porque ela dificultava seu relacionamento com o filho, escreve frases de ódio contra as mulheres, se diz injustiçado e fala dos planos de assassinar a família.
Além da carta e dos áudios, Araújo também deixou um diário, onde ele escreveu relatos da convivência com a ex-mulher e mandou mensagens ao filho. Nas 44 páginas do caderno, que começou a ser escrito em 2012, o atirador conta situações da briga judicial do Isamara e demonstra que já estava premeditando o crime.
As mortes
Araújo invadiu a casa na Vila Prost de Souza com a pistola, dois carregadores, um canivete e dez explosivos. A Polícia Civil investiga quem vendeu a arma para ele. A namorada do atirador prestou depoimento em Campinas na terça-feira e afirmou que a arma não era dela. A mulher foi liberada após a oitiva.
O homem invadiu o local atirando e atingiu 15 pessoas. Das 15, 11 morreram no local e quatro baleadas foram socorridas, mas uma não resistiu aos ferimentos. O filho foi o último a ser morto antes de Sidnei cometer suicídio.
O atirador, de 46 anos, trabalhava como técnico no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que reúne alguns dos principais laboratórios de estudos e inovação do governo federal. Por meio de nota, a instituição lamentou o ocorrido.
Sobreviventes
Dos três sobreviventes feridos durante a chacina, dois homens continuam internados em hospitais de Campinas e o estado de saúde deles é considerado estável. Além disso, dois adolescentes e uma mulher com uma bebê de colo conseguiram escapar.
A ex-mulher do atirador da chacina, Isamara Filier, detalhou as ameaças e queixas contra Araújo à Polícia Civil. Na terça-feira, obteve, com exclusividade, o conteúdo dos históricos dos cinco boletins de ocorrência registrados pela vítima ao longo de dez anos.
Araújo invadiu a casa na Vila Prost de Souza com a pistola, dois carregadores, um canivete e dez explosivos. A Polícia Civil investiga quem vendeu a arma para ele. A namorada do atirador prestou depoimento em Campinas na terça-feira e afirmou que a arma não era dela. A mulher foi liberada após a oitiva.
O homem invadiu o local atirando e atingiu 15 pessoas. Das 15, 11 morreram no local e quatro baleadas foram socorridas, mas uma não resistiu aos ferimentos. O filho foi o último a ser morto antes de Sidnei cometer suicídio.
O atirador, de 46 anos, trabalhava como técnico no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que reúne alguns dos principais laboratórios de estudos e inovação do governo federal. Por meio de nota, a instituição lamentou o ocorrido.
Dos três sobreviventes feridos durante a chacina, dois homens continuam internados em hospitais de Campinas e o estado de saúde deles é considerado estável. Além disso, dois adolescentes e uma mulher com uma bebê de colo conseguiram escapar.
A ex-mulher do atirador da chacina, Isamara Filier, detalhou as ameaças e queixas contra Araújo à Polícia Civil. Na terça-feira, obteve, com exclusividade, o conteúdo dos históricos dos cinco boletins de ocorrência registrados pela vítima ao longo de dez anos.
Post a Comment