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Trump assina ordem ampliando medidas de veto a imigrantes e refugiados


Presidente diz que quer manter 'terroristas radicais islâmicos' fora dos EUA. Ele também anunciou ordem executiva para 'reconstrução' das Forças Armadas.
O Presidente Donald Trump assinou nesta sexta (27) uma ordem executiva implementando “novas medidas de veto” a pessoas que desejam entrar nos EUA. Segundo ele, as ações visam manter “terroristas islâmicos radicais” fora do país.
O decreto firmado por Trump não bloqueia de forma imediata a entrada de refugiados, mas estabelece barreiras para a concessão de vistos, de acordo com a France Presse. No ano fiscal de 2016 (1º de outubro de 2015 a 30 de setembro de 2016), os Estados Unidos admitiram em seu território 84.994 refugiados, de diversas nacionalidades, incluindo 10 mil sírios.
A intenção do novo governo é reduzir drasticamente este número, o que no caso dos sírios pode chegar a 50%.
Segundo a Deutsche Welle, um rascunho do documento ao qual agências de notícias tiveram acesso previa a suspensão da emissão de vistos para cidadãos de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen por ao menos 30 dias. Além disso, o plano seria suspender o programa americano de refugiados por 120 dias.
Durante a campanha presidencial, Trump havia prometido uma política de “veto extremo”, para assegurar que só entrem nos EUA pessoas que “apoiem o país”, e que teria como base a recusa em aceitar imigrantes e refugiados de países ligados ao terrorismo.
A ordem executiva foi assinada no Pentágono, onde o presidente se encontrou com chefes de equipes e participou da cerimônia de posse do novo secretário de Defesa, James Mattis.
Trump também assinou na ocasião uma ordem executiva que visa “reconstruir” as Forças Armadas, aumentando seus recursos e a quantidade de navios e aviões, segundo o presidente.

Críticas

O Comitê Internacional de Resgate (IRC) criticou a decisão de Trump em dificultar a entrada de refugiados nos EUA. "Na verdade, os refugiados estão fugindo do terror, eles não são os terroristas", disse o presidente, David Miliband.
Segundo o comitê, o processo atual para que um refugiado seja acolhido pelos Estados Unidos pode levar até 36 meses e envolve análises que chegam a um scanner biométrico. Um candidato é submetido a avaliação de 12 a 15 agências governamentais antes de ter sua entrada autorizada e todo o processo é acompanhado pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA.
A jovem paquistanesa Malala Yousafzai, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2014, divulgou através de sua fundação um comunicado no qual diz estar "de coração partido" pela ação de Trump.
"Estou de coração partido porque hoje o presidente Trump está fechando as portas para crianças, mães e pais que fogem da violência e da guerra. Estou de coração partido porque a América está voltando suas costas a um orgulhoso histórico de dar boas-vindas a refugiados e imigrantes - as pessoas que ajudaram a construir seu país, prontas a trabalhar duro em troca de uma chance justa de uma vida nova.
Estou de coração partido porque as crianças refugiadas sírias, que sofreram ao longo de seis anos de guerra sem culpa de nada, estão sendo discriminadas.
Estou de coração partido por garotas como minha amiga Zaynab, que fugiu de guerras em três países - Somália, Iêmen e Egito - antes mesmo de fazer 17 anos. Dois anos atrás ela recebeu um visto para ir aos Estados Unidos. Ela aprendeu inglês, se formou no ensino médio e está agora na faculdade estudando para ser uma advogada de direitos humanos.
Zaynab foi separada de sua irmã mais nova quando fugiu do Egito. Hoje suas esperanças de se reunir com sua preciosa irmã são obscurecidas.
Neste momento de incerteza e agitação no mundo, peço ao presidente Trump que não vire suas costas para as crianças e famílias mais indefesas do mundo", diz o texto.

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