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Ciclistas entram com ação contra aumento na velocidade das marginais em SP


Velocidade será aumentada para 90 km/h, 70 km/h e 60 km/h no próximo dia 25 nas pistas expressa, central e local, respectivamente.
A Associação dos Ciclistas de São Paulo entrou nesta quinta-feira (19) na Justiça com uma ação-civil pública contra a mudança nas velocidades máximas nas Marginais Tietê e Pinheiros, que a Prefeitura vai colocar em vigor a partir da próxima quarta-feira (25).
Na ação, a associação solicita:
  • A suspensão da mudança;
  • A apresentação de estudos técnicos que justifiquem a revisão dos limites máximos de velocidade;
  • Que o Programa “Marginal Segura” seja submetido à efetiva apreciação e discussão no Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, com tempo hábil para respostas e apresentação dos dados técnicos;
  • E que sejam realizadas audiências públicas sobre o tema.
A velocidade será aumentada para 90 km/h, 70 km/h e 60 km/h no próximo dia 25 nas pistas expressa, central e local, respectivamente. A mudança das velocidades foi uma promessa de campanha do prefeito João Doria, e as novas placas já começaram a ser instaladas. O programa levou o nome de "Marginal Segura".
Dados da CET divulgados em outubro de 2016, durante a gestão de Fernando Haddad (PT), indicavam que o número de acidentes fatais caiu 52% nas Marginais Tietê e Pinheiros após a implantação da redução de velocidade. De julho de 2014 a junho de 2015, foram registrados 64 acidentes com mortes, entre acidentes com vítimas nos veículos e atropelamentos. Já de julho de 2015 a junho de 2016 foram contabilizadas 31 mortes.

15 minutos

Também na quinta, o secretário municipal de Transportes, Sérgio Avelleda, afirmou que os motoristas vão economizar 15 minutos para cruzar os cerca de 47 km de extensão das marginais Tietê e Pinheiros com o aumento da velocidade.
A redução de 15 minutos é superior aos 4 minutos que os motoristas haviam perdido com a redução das velocidades realizada em 2015 , segundo técnicos da gestão do então prefeito Fernando Haddad.
"Ele vai ganhar mais de 15 minutos pra atravessar as marginais. Sao 1,2 milhão de carros por dia. Você soma 15 minutos para parte desses carros que vão trafegar no horário em que a fluidez permite. Você somar isso cotidianamente na vida das pessoas tem significância", disse Avelleda nesta quinta.

Críticas de conselheiros

O número foi divulgado em reunião do Conselho de Transportes da cidade. No encontro, o projeto de aumentar as velocidades nas marginais sofreu críticas e contestações da maioria de conselheiros, entre eles ambientalistas e representantes de ONGs, e pessoas que foram à Biblioteca Mário de Andrade participar da reunião.

Entre os vários participantes que pediram a palavra, pelo menos 10 contestaram e criticaram o aumento das velocidades. Outros três elogiaram e demonstraram apoio, fora os representantes da Secretaria de Transportes.
Para Ana Carolina Nunes, da associação Cidade a Pé, aumentar as velocidades é uma medida equivocada e vai prejudicar especialmente o pedestre. Ela criticou a falta de estudos embasados e afirmou que não se sabe qual é a fonte da projeção de ganho de 15 minutos anunciada pelo secretário.
"Eu dirigia na marginal quando era 90 km/h e não me lembro de perder 15 minutos quando a velocidade foi reduzida". Ana Carolina afirma ainda que a manutenção do limite de 50 km/h em apenas uma faixa à direita vai causar conflitos porque os veículos chegarão nela em velocidades maiores. As alças de acesso das pontes, que são pontes comuns de travessias de pedestres, por exemplo, têm limite de 40 km/h. Para ela, não haverá tempo hábil para o motorista reduzir e percorrer a alça em uma velocidade segura.
A conselheira Marina Harkot afirmou que o aumento é uma medida "eleitoreira e irresponsável" e questionou o fato de a Secretaria dos Transportes não ter levado para a reunião detalhes do estudo que afirma ter realizado. "Os acidentes vão aumentar com certeza. Não falo apenas em relação a pedestres e ciclistas, mas também entre carros. O tempo de frenagem é muito maior, e os acidentes, muito mais fatais e deixam mais sequelas", disse Marina.

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