'Está mantendo a chama dele acesa', diz filho de Ariano Suassuna sobre novo livro do escritor
‘Dom Pantero no palco dos pescadores’, levou 33 anos para ser escrito e reescrito. Obra deve ser lançada em 2017, dividida em dois volumes.
Um dos maiores poetas e dramaturgos do Brasil, o escritor Ariano Suassuna, falecido em 2014, deixou um tesouro de manuscritos inéditos, guardados em um quarto transformado em escritório, que até hoje é mantido da mesma forma pela família. O mais novo romance escrito por Ariano, ‘Dom Pantero no palco dos pescadores’, levou 33 anos para ser escrito e reescrito, e deve ser lançado em 2017, dividido em dois volumes.
Nas pilhas de papéis e dezenas de pastas, há muito a ser revelado do universo que aproxima as culturas erudita e popular, criado pelo paraibano que, ainda criança, mudou-se para Pernambuco. Para a família, garimpar e trazer à luz um material tão extenso é como fazer uma viagem afetiva, como diz o filho de Ariano, o artista plástico Manuel Suassuna.
“É uma forma de levar adiante e de escapar também. Apesar do papai ter uma vida plena como artista, como pai, como avô, eu não esperava a ida dele e isso está me aproximando dele mais ainda. Isso está mantendo a chama dele acesa”, disse Manuel.
Ariano Suassuna fazia questão de escrever todos os dias. Para ele, era uma necessidade. Disciplinado e perfeccionista, Ariano escrevia sempre à mão. Depois, ele datilografava e fazia correções nos textos com caneta vermelha, exercício repetido incansavelmente.
A cobrança para concluir o romance de mais de três décadas encontrava reforço dentro da própria família. “Eu dizia a ele ‘Oh, rapaz, eu acho que este livro não existe não. Se não existir a gente vai ter que mudar do Recife um dia. Tá todo mundo esperando’. E brincava também dizendo ‘acho que se não prestar, a gente vai ter que se mudar também’”, disse Manuel Suassuna.
Zélia Suassuna, a companheira da vida toda de Ariano, conta que havia outro motivo para que o escritor adiasse o ponto final da obra. Ele dizia que, quando terminasse o romance, estaria pronto para partir.
“Ele disse que podia morrer. E eu disse ‘mas você não está se lembrando de mim, se morrer vai me deixar’. Ele disse ‘é diferente’”, recorda Zélia.
Sobre o livro, antes de morrer, Ariano explicou que já havia terminado muitas vezes, mas o perfeccionismo atrasou o lançamento. “Eu já conclui inúmeras vezes. Eu sou um obcecado, procuro dar no meu trabalho de escritor o máximo de mim. Posso até não escrever uma coisa boa, mas não é porque eu não posso. Eu não dou uma obra por acabada enquanto eu não sentir que dei o máximo que era possível naquele momento”, relatou, ainda vivo.
No romance inédito, todas as ilustrações foram feitas pelo próprio Ariano. Textos e ilustrações interagem em cada página. Para o professor Carlos Newton, pesquisador da obra de Ariano, esse romance é uma obra final. “É um romance de conclusão de obra, um romance de cume. De fato, esse romance, para ser melhor compreendido, ele requer uma certa familiaridade com o universo de Ariano. A poesia de Ariano é uma poesia complexa e esse romance traz a poesia também lá dentro”, disse.
Um dos maiores poetas e dramaturgos do Brasil, o escritor Ariano Suassuna, falecido em 2014, deixou um tesouro de manuscritos inéditos, guardados em um quarto transformado em escritório, que até hoje é mantido da mesma forma pela família. O mais novo romance escrito por Ariano, ‘Dom Pantero no palco dos pescadores’, levou 33 anos para ser escrito e reescrito, e deve ser lançado em 2017, dividido em dois volumes.
Nas pilhas de papéis e dezenas de pastas, há muito a ser revelado do universo que aproxima as culturas erudita e popular, criado pelo paraibano que, ainda criança, mudou-se para Pernambuco. Para a família, garimpar e trazer à luz um material tão extenso é como fazer uma viagem afetiva, como diz o filho de Ariano, o artista plástico Manuel Suassuna.
“É uma forma de levar adiante e de escapar também. Apesar do papai ter uma vida plena como artista, como pai, como avô, eu não esperava a ida dele e isso está me aproximando dele mais ainda. Isso está mantendo a chama dele acesa”, disse Manuel.
Ariano Suassuna fazia questão de escrever todos os dias. Para ele, era uma necessidade. Disciplinado e perfeccionista, Ariano escrevia sempre à mão. Depois, ele datilografava e fazia correções nos textos com caneta vermelha, exercício repetido incansavelmente.
A cobrança para concluir o romance de mais de três décadas encontrava reforço dentro da própria família. “Eu dizia a ele ‘Oh, rapaz, eu acho que este livro não existe não. Se não existir a gente vai ter que mudar do Recife um dia. Tá todo mundo esperando’. E brincava também dizendo ‘acho que se não prestar, a gente vai ter que se mudar também’”, disse Manuel Suassuna.
Zélia Suassuna, a companheira da vida toda de Ariano, conta que havia outro motivo para que o escritor adiasse o ponto final da obra. Ele dizia que, quando terminasse o romance, estaria pronto para partir.
“Ele disse que podia morrer. E eu disse ‘mas você não está se lembrando de mim, se morrer vai me deixar’. Ele disse ‘é diferente’”, recorda Zélia.
Sobre o livro, antes de morrer, Ariano explicou que já havia terminado muitas vezes, mas o perfeccionismo atrasou o lançamento. “Eu já conclui inúmeras vezes. Eu sou um obcecado, procuro dar no meu trabalho de escritor o máximo de mim. Posso até não escrever uma coisa boa, mas não é porque eu não posso. Eu não dou uma obra por acabada enquanto eu não sentir que dei o máximo que era possível naquele momento”, relatou, ainda vivo.
No romance inédito, todas as ilustrações foram feitas pelo próprio Ariano. Textos e ilustrações interagem em cada página. Para o professor Carlos Newton, pesquisador da obra de Ariano, esse romance é uma obra final. “É um romance de conclusão de obra, um romance de cume. De fato, esse romance, para ser melhor compreendido, ele requer uma certa familiaridade com o universo de Ariano. A poesia de Ariano é uma poesia complexa e esse romance traz a poesia também lá dentro”, disse.
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