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Sem livros de colorir e com crise, venda de livros cai 11% em 2016


Estudo da Snel e Nielsen mostra que livros ficaram 9% mais caros, mas livrarias faturaram 3% menos.
Nem a Black Friday conseguiu salvar o mercado editorial brasileiro em 2016. Sem o fenĆ“meno dos livros de colorir e enfrentando a crise econĆ“mica, as livrarias amargaram um recuo de 11% na venda de livros neste ano em relaĆ§Ć£o a 2015. Este ano, o consumidor ainda teve de pagar quase 9% mais caro pelas publicaƧƵes.
No ano, os livros tĆ©cnicos e especializados, como tĆ­tulos voltados a concurso pĆŗblico e Ć  medicina, passaram a ser os mais vendidos no Brasil. Desbancaram da primeira posiĆ§Ć£o a categoria de livros de nĆ£o ficĆ§Ć£o. As publicaƧƵes de ficĆ§Ć£o e as infantojunvenis e educacionais permaneceram em terceiro e quarto lugares, respectivamente.
Isso Ć© o que mostra o Painel das Vendas de Livros no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pelo Instituto de Pesquisa Nielsen. O estudo baseia-se no resultado do BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias e supermercados. Os dados do estudo atual compreendem o perĆ­odo de janeiro a 4 de dezembro, ou seja, nĆ£o incluem as vendas de Natal.

Em 2016, as livrarias venderam 34,9 milhƵes de livros, volume 11,08% menor que o registrado no mesmo perĆ­odo em 2015, de 39,3 milhƵes. A receita ficou em R$ 1,39 bilhĆ£o, 3,37% abaixo do R$ 1,44 bilhĆ£o faturado no ano passado.
A Snel destaca que o desempenho do ano, alĆ©m das dificuldades financeiras pelas quais passa o paĆ­s, nĆ£o contou com uma onda de publicaƧƵes com apelo popular como a que teve os livros para colorir. No ano passado, o “Jardim Secreto” (Sextante) liderou as vendas, mas tambĆ©m tiveram destaque outros como “Floresta Encantada” (Sextante) e “Jardim Encantado” (AlaĆŗde).
Os dados do primeiro semestre deste ano indicavam que, sem o impulso dos livros para quem gosta de pintar, o tombo do mercado editorial havia sido de 16,3% no volume de vendas.
O suspiro, segundo o estudo de Snel e Nielsen, foi a Black Friday. Sem ela, apontam os dados, o resultado do ano poderia ser ainda pior. Isso porque o dia de ofertas do varejo foi apenas um dos dois eventos sazonais a fazer as vendas de 2016 superarem as de 2015 – o outro foi a volta Ć s aulas.

Durante a Black Friday deste ano, o volume de vendas das livrarias foi 10% maior que no ano passado. Nessa mesma base de comparaĆ§Ć£o, o faturamento foi 12,54% superior.
O estudo aponta que o preƧo mƩdio do livro, entre janeiro e o comeƧo de dezembro de 2016, subiu 8,67%, de R$ 36,72 em 2015 para R$ 39,91, neste ano.

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