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Mercado baixa estimativa e vê inflação um pouco acima do teto da meta em 2016


Após resultado da inflação de novembro, expectativa dos economistas para o IPCA deste ano recuo de 6,69% para 6,52%.
Os analistas do mercado financeiro reduziram sua estimativa de inflação para este ano para um patamar pouco acima do teto do sistema de metas e previam uma queda maior do Produto Interno Bruto (PIB).
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (12) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.
A previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 6,69% para 6,52% na semana passada. O teto do sistema de metas de inflação é de 6,5% para este ano, enquanto que o objetivo central fixado para 2016 é de 4,5%.
A revisão das estimativas do mercado financeiro aconteceu após a divulgação da inflação de novembro, que somou 0,18%. Foi o menor índice para os meses de novembro desde 1998, quando registrou queda de 0,12%.
Para 2017, a expectativa do mercado financeiro para a inflação caiu de 4,93% para 4,90%. O índice está abaixo do teto de 6% para o IPCA, fixado para o ano que vem, mas ainda acima da meta central de inflação, que é de 4,5%.
O Banco Central tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016, ou seja, trazer a taxa para até 6,5%, e também fazer convergir a inflação para a meta central de 4,5% em 2017.
Produto Interno BrutoPara o PIB de 2016, o mercado financeiro prevê uma retração maior da atividade. Os economistas estimam agora um encolhimento de 3,48%. Na pesquisa anterior, feita na semana retrasada, a previsão era de queda de 3,43%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de retração no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.
Para 2017, os economistas das instituições financeiras baixaram a previsão de alta do PIB – que passou de 0,80% para 0,70%, informou o BC.

Recentemente, o governo estimou um tombo de 3,5% para o PIB deste ano e uma expansão de 1% para o nível de atividade econômica em 2017.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve, na última semana, sua previsão para a taxa básica da economia, a Selic, em 10,50% ao ano para o fechamento de 2017 – o que pressupõe continuidade do processo de corte de juros no ano que vem. Atualmente, os juros estão em 13,75% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 subiu de R$ 3,35 para R$ 3,39. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar ficou estável em R$ 3,45.
A projeção do relatório Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 permaneceu em US$ 47 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit subiu de US$ 44,5 bilhões para US$ 45 bilhões.
A projeção do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2016 avançou de US$ 65 bilhões para US$ 66 bilhões. Para 2017, a estimativa dos analistas permaneceu estável, em US$ 70 bilhões.

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