A reforma da Previdência - que vem gerando um caloroso debate e dividindo opiniões entre a população - finalmente tomou corpo e foi encaminhada ao Congresso. Conforme a proposta sugerida pelo governo Temer, a idade mínima para aposentar passa a ser de 65 anos e o tempo mínimo de contribuição sobe de 15 para 25 anos. As mudanças acabam estimulando muita gente a dar mais atenção a planos de investimentos do que somente à remuneração assegurada pelo INSS. 

Neste sentido, as opções mais divulgadas pelos bancos e seguradoras são os planos de previdência privada. Essa alternativa, no entanto, nem sempre compensa, como podem sugerir as propagandas. Para que você entenda melhor a diferença, resolvi fazer uma simulação entre três produtos financeiros - um VGBL com tabela de Imposto de Renda regressiva, um PGBL também com tabela regressiva e uma aplicação no Tesouro Direto. Dentre as opções, a terceira faz mais sentido. 

Para efeito de simulação, consideremos um período de investimento de 20 anos. Tomemos por base o salário médio do brasileiro (R$ 2.227,00) e uma contribuição mensal de R$ 150. Vamos considerar uma expectativa de rentabilidade de 11% ao ano e uma inflação de 6% ao ano. 

No caso do VGBL e do PGBL, vamos considerar uma taxa de carregamento de 2%, além de 2% anuais de taxa de administração. Ao fim do prazo de aplicação, o saldo disponível para resgate do VGBL regressivo, dentro dessas condições, será de R$ 86.123,74. Para o PGBL, por sua vez, o saldo será um pouco superior: R$ 87.025,09.

Em contrapartida, considerando a mesma inflação e um título com rentabilidade de 11% ao ano, com o Tesouro Direto o investidor acumula um saldo de R$ 106.544,71 se investir os mesmos R$ 150 por mês ao longo de 20 anos. O saldo aumenta porque neste caso não há cobrança de uma alta taxa de administração, apenas a custódia de 0,3% ao ano. A corretagem também pode ser feita sem nenhuma cobrança. No próprio site do Tesouro Direto é possível encontrar a lista de corretoras autorizadas e quais são aquelas que não cobram taxa de corretagem. Vale lembrar ainda que os títulos do Tesouro têm liquidez diária.