Congresso americano tem votação crucial que pode derrubar 'Obamacare'
Na quarta-feira (22), na véspera da votação, Trump ainda não tinha certeza se iria ter êxito, devido à rebelião de uma parte da bancada republicana.
A CÂmara dos Representantes votará nesta quinta-feira (23) um texto que,
se for aprovado, anulará e substituirá a reforma de saúde aprovada durante o mandato de Barack Obama, conhecida como "Obamacare", uma promessa
de campanha do atual presidente americano, Donald Trump.
A votação na Câmara dos Representantes é esperada por volta das 19h
(20h de Brasília). Mas, na noite de quarta-feira, o horário da votação ainda
não tinha sido decidido, devido às divergências entre os republicanos conservadores e moderados.
Na véspera da votação, Trump ainda não tinha certeza se iria ter êxito, por
conta da rebelião de uma parte da bancada republicana. "Ninguém sabe a resposta", declarou o presidente da Câmara e autor da reforma, Paul Ryan, questionado sobre o resultado da votação.
A ala mais à direita do Partido Republicano considera que o projeto de lei continua sendo dispendioso demais para o Estado federal.
Já os mais moderados estão preocupados com o aumento previsto do custo
dos seguros de saúde para determinados setores da população e pela
perda de cobertura que afetará 14 milhões de americanos a partir de 2018,
ano de eleições legislativas.
"Não há um plano B", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
"Há um plano A e um plano A. Vamos conseguir".
Este tom desafiador escondia uma evidência: a votação desta quinta-feira
será muito apertada.
A minoria democrata se opõe totalmente, o que obriga os líderes
republicanos a tentarem limitar as deserções do seu partido a cerca de 20 representantes, em um total de 237.
Os rebeldes mais barulhentos são os do "Freedom Caucus", o "grupo da liberdade", herdeiros ultraconservadores do Tea Party de 2010. Eles
qualificaram o plano republicano de "Obamacare Light", já que este manteria
os descontos dos impostos para ajudar os americanos a pagarem os seus seguros de saúde, e querem que o Estado federal se retire totalmente desse setor.
Para tentar trazê-los de volta ao rebanho, os líderes republicanos alteraram o texto na semana passada. Acrescentaram, por exemplo, uma cláusula que
põe como condição que os beneficiários do programa público de cobertura
de saúde Medicaid, destinado aos mais pobres, trabalhem.
Mas vários membros do Freedom Caucus asseguraram na quarta-feira que
têm votos suficientes para torpedear o texto, e pediram que a votação seja adiada.
"Continuo tendo esperança de que possamos modificar o texto. Continuarei tentando 24 horas por dia. Mas não posso apoiar a lei na sua forma atual", afirmou Mark Meadows, presidente do Freedom Caucus.
A CÂmara dos Representantes votará nesta quinta-feira (23) um texto que,
se for aprovado, anulará e substituirá a reforma de saúde aprovada durante o mandato de Barack Obama, conhecida como "Obamacare", uma promessa
de campanha do atual presidente americano, Donald Trump.
A votação na Câmara dos Representantes é esperada por volta das 19h
(20h de Brasília). Mas, na noite de quarta-feira, o horário da votação ainda
não tinha sido decidido, devido às divergências entre os republicanos conservadores e moderados.
Na véspera da votação, Trump ainda não tinha certeza se iria ter êxito, por
conta da rebelião de uma parte da bancada republicana. "Ninguém sabe a resposta", declarou o presidente da Câmara e autor da reforma, Paul Ryan, questionado sobre o resultado da votação.
A ala mais à direita do Partido Republicano considera que o projeto de lei continua sendo dispendioso demais para o Estado federal.
Já os mais moderados estão preocupados com o aumento previsto do custo
dos seguros de saúde para determinados setores da população e pela
perda de cobertura que afetará 14 milhões de americanos a partir de 2018,
ano de eleições legislativas.
"Não há um plano B", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
"Há um plano A e um plano A. Vamos conseguir".
Este tom desafiador escondia uma evidência: a votação desta quinta-feira
será muito apertada.
A minoria democrata se opõe totalmente, o que obriga os líderes
republicanos a tentarem limitar as deserções do seu partido a cerca de 20 representantes, em um total de 237.
Os rebeldes mais barulhentos são os do "Freedom Caucus", o "grupo da liberdade", herdeiros ultraconservadores do Tea Party de 2010. Eles
qualificaram o plano republicano de "Obamacare Light", já que este manteria
os descontos dos impostos para ajudar os americanos a pagarem os seus seguros de saúde, e querem que o Estado federal se retire totalmente desse setor.
Para tentar trazê-los de volta ao rebanho, os líderes republicanos alteraram o texto na semana passada. Acrescentaram, por exemplo, uma cláusula que
põe como condição que os beneficiários do programa público de cobertura
de saúde Medicaid, destinado aos mais pobres, trabalhem.
Mas vários membros do Freedom Caucus asseguraram na quarta-feira que
têm votos suficientes para torpedear o texto, e pediram que a votação seja adiada.
"Continuo tendo esperança de que possamos modificar o texto. Continuarei tentando 24 horas por dia. Mas não posso apoiar a lei na sua forma atual", afirmou Mark Meadows, presidente do Freedom Caucus.
Credibilidade em jogo
Mas a disputa continua, e o resultado final dependerá de poucos votos. Paul Ryan, presidente da Câmara dos Representantes, cuja credibilidade está em jogo, poderia decidir adiar a votação caso preveja um fracasso.
"Estamos na fase de pré-negociação", assegurou Rand Paul, senador republicano que apoia a rebelião dos seus colegas na Câmara baixa.
O republicano Chris Collins explicou, na véspera, a um grupo de jornalistas
que, entre os vinte ou trinta legisladores que na quarta-feira declaram que
votarão "não", alguns podem vir a se sacrificar e votar "sim" de última hora
para poupar o partido de uma grande humilhação.
O teste desta quinta-feira é importante também porque Donald Trump colocou toda a sua influência em jogo, e arrisca sua credibilidade como negociador.
Nas últimas semanas, recebeu na Casa Branca dezenas de parlamentares,
e na terça-feira esteve no Capitólio para enviar uma mensagem de
advertência:
em caso de fracasso, os eleitores punirão os republicanos, que poderiam
perder a maioria no Congresso nas legislativas parciais de novembro de 2018.
O presidente também deu a entender que será implacável com os
parlamentares que o desafiarem, e alertou, em especial, Mark Meadows:
"Oh Mark, não te deixarei em paz".
Depois da Justiça suspender as duas versões do seu decreto migratório, o presidente americano precisa, após dois meses no cargo, mostrar resultados concretos.
Até agora, só promulgou derrogações de regulações da era Obama e uma lei consensual sobre a Nasa.
Se Trump finalmente triunfar nesta quinta-feira, na semana que vem
começará uma etapa ainda mais delicada no Senado, onde a derrota do
projeto, ao menos em sua versão atual, é garantida. Nesta casa, também,
Trump precisará demonstrar sua capacidade de chegar a acordos.
Mas a disputa continua, e o resultado final dependerá de poucos votos. Paul Ryan, presidente da Câmara dos Representantes, cuja credibilidade está em jogo, poderia decidir adiar a votação caso preveja um fracasso.
"Estamos na fase de pré-negociação", assegurou Rand Paul, senador republicano que apoia a rebelião dos seus colegas na Câmara baixa.
O republicano Chris Collins explicou, na véspera, a um grupo de jornalistas
que, entre os vinte ou trinta legisladores que na quarta-feira declaram que
votarão "não", alguns podem vir a se sacrificar e votar "sim" de última hora
para poupar o partido de uma grande humilhação.
O teste desta quinta-feira é importante também porque Donald Trump colocou toda a sua influência em jogo, e arrisca sua credibilidade como negociador.
Nas últimas semanas, recebeu na Casa Branca dezenas de parlamentares,
e na terça-feira esteve no Capitólio para enviar uma mensagem de
advertência:
em caso de fracasso, os eleitores punirão os republicanos, que poderiam
perder a maioria no Congresso nas legislativas parciais de novembro de 2018.
O presidente também deu a entender que será implacável com os
parlamentares que o desafiarem, e alertou, em especial, Mark Meadows:
"Oh Mark, não te deixarei em paz".
Depois da Justiça suspender as duas versões do seu decreto migratório, o presidente americano precisa, após dois meses no cargo, mostrar resultados concretos.
Até agora, só promulgou derrogações de regulações da era Obama e uma lei consensual sobre a Nasa.
Se Trump finalmente triunfar nesta quinta-feira, na semana que vem
começará uma etapa ainda mais delicada no Senado, onde a derrota do
projeto, ao menos em sua versão atual, é garantida. Nesta casa, também,
Trump precisará demonstrar sua capacidade de chegar a acordos.
Sem seguro
Segundo o Escritório não partidário de Orçamento do Congresso
(CBO, em inglês), o plano republicano deixaria sem seguro 14 milhões de pessoas em apenas um ano, número que subiria para 24 milhões em uma década.
Segundo o Escritório não partidário de Orçamento do Congresso
(CBO, em inglês), o plano republicano deixaria sem seguro 14 milhões de pessoas em apenas um ano, número que subiria para 24 milhões em uma década.
Obamacare
A lei, votada em 2010, proíbe as seguradoras de aumentar os preços dos
planos com base no histórico clínico ou no sexo, se recusar a assegurar
um paciente muito caro, ou limitar a quantidade de reembolsos anuais -
o que eram práticas legais e que levaram alguns pacientes com doenças
graves à ruína.
Em troca, a lei exige que qualquer pessoa localizada nos Estados Unidos, americana ou estrangeira, deve aderir um plano de saúde sob pena de
multa.
O Obamacare também definiu os tratamentos que as seguradoras devem
cobrir sistematicamente. Todo seguro deve incluir, por exemplo, internações, incluindo emergências. E os cuidados preventivos, como exames de
diabetes ou câncer, vacinas ou métodos contraceptivos devem ser
integralmente reembolsados.
Para os republicanos, o Obamacare é muito coercitivo e caro. Para eles, o programa tem sido afetado pelos aumentos nos prêmios e franquias de
seguros e pela saída de grandes seguradoras do sistema.
Os governistas afirmam que o sistema atual não permite que os cidadãos escolham um plano de saúde entre várias opções, os forçando a optar
pelas ofertas do governo, além obrigar as empresas a completar a
cobertura de seus funcionários.
A lei, votada em 2010, proíbe as seguradoras de aumentar os preços dos
planos com base no histórico clínico ou no sexo, se recusar a assegurar
um paciente muito caro, ou limitar a quantidade de reembolsos anuais -
o que eram práticas legais e que levaram alguns pacientes com doenças
graves à ruína.
Em troca, a lei exige que qualquer pessoa localizada nos Estados Unidos, americana ou estrangeira, deve aderir um plano de saúde sob pena de
multa.
O Obamacare também definiu os tratamentos que as seguradoras devem
cobrir sistematicamente. Todo seguro deve incluir, por exemplo, internações, incluindo emergências. E os cuidados preventivos, como exames de
diabetes ou câncer, vacinas ou métodos contraceptivos devem ser
integralmente reembolsados.
Para os republicanos, o Obamacare é muito coercitivo e caro. Para eles, o programa tem sido afetado pelos aumentos nos prêmios e franquias de
seguros e pela saída de grandes seguradoras do sistema.
Os governistas afirmam que o sistema atual não permite que os cidadãos escolham um plano de saúde entre várias opções, os forçando a optar
pelas ofertas do governo, além obrigar as empresas a completar a
cobertura de seus funcionários.
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