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Mudança na eleição da CBF vai ser questionada na Justiça: 'Autopreservação do poder', criticam dirigentes

Nem mesmo a euforia pelo desempenho do time de Tite em campo fez os presidentes de clubes, que a CBF deixou três vezes menores.
Esquecer da manobra operada em reunião que diminuiu o peso de seus votos há quase uma semana. No nordeste, clubes de pernambuco cogitam ingressar com ação judicial contra a decisão. Na Câmara dos Deputados, através do relator do Profut, o deputado Otávio Leite (PSDB / RJ) um questionamento ao Ministério Público está sendo preparado.

No sudeste, a voz mais enfática é do presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, que comparou a atitude à Lei da Mordaça. Foi assim que ele se sentiu ao não ter podido participar da decisão. 
"Fico muito mais chateado de não ter podido discutir a questão. Não é ganhar ou perder, temos o direito de opinar. O que fizeram deixa os clubes com uma pergunta: é isso o que nós queremos? É este futebol que nós estamos buscando?", questiona o dirigente.
No sul, Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio avalia a medida como "uma autopreservação do poder".

"Confesso que não fiquei nenhum pouco surpreso, é como sempre tocaram o futebol, fazem os colegiados para mantê-los cativos, para a autopreservação do poder. É lamentável", diz o dirigente gremista.
Mobilização

Passada quase uma semana da decisão, os clubes, no entanto, não esboçam questionamentos fora da imprensa. Com exceção aos clubes de pernambuco.
"Temos nos falado a respeito. Ainda não foi deliberado como, mas já falamos na possibilidade de ingressar com questionamento mais efetivo, seja judicial ou outra forma", afirma o presidente do Sport, Arnaldo Barros.
"Infelizmente, os clubes não conversam. Não existe fórum, não existe debate. Não se articulam, não se mobilizam. A tentativa que tivemos de uma união fracassou, que foi a Primeira Liga", avalia o dirigente do Grêmio.
"Estamos no outono e ele nos ensina que quando as folhas caem, não tem como colocá-las de volta. Vamos esperar, o sentimento dos clubes é muito parecido", pondera o santista.
O que está sendo questionado é a mudança votada por presidentes de federações que aumentou o peso dos próprios votos, em eleições para a presidência da CBF. Agora, eles passam a valer 3 vezes mais que o voto dos presidentes de clubes. Na mesma sessão, para a qual os dirigentes de clubes não foram convidados, também se inclui o direito a voto dos presidentes da série B, como determinou a mudança da Lei Pelé, alterada pelo Profut.

No entanto, mesmo com o aumento do tamanho do eleitorado, a mudança de peso continua mantendo os presidentes de clubes em minoria, em relação ao valor do voto.
A decisão, de acordo com o relator do Profut, contraria o que foi determinado pela lei:
"É uma grave ofensa ao espírito da lei. É um retrocesso absurdo", critica o deputado Otávio Leite.
A CBF foi procurada para comentar as críticas, mas não respondeu à reportagem.

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