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Taxa do cartão e do cheque recuam em fevereiro, mas juro bancário médio sobe


Juro do cartão recuou de 486,7% para 481,5% ao ano, informou o Banco Central. Taxa média cobrada nos empréstimos bancários subiu de 52,9% para 53,2% ao ano.
Os juros cobrados pelos bancos em suas operações com cheque especial e cartão de crédito rotativo recuaram em fevereiro deste ano, informou nesta quarta-feira (29) o Banco Central.
Entretanto, ainda de acordo com o BC, a taxa de juros média cobrada pelos bancos nos empréstimos a seus clientes registrou novo aumento no mês passado.
Em fevereiro, a taxa cobrada nas operações com cartão de crédito rotativo, a mais cara do mercado, recuou de 486,7% ao ano (recorde histórico) 
para 481,5% ao ano.
Já os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cheque 

especial também registrou pequena queda, passando de 328,3% ao ano, 
em janeiro, para 327% ao ano, em fevereiro.
Especialistas recomendam que essas modalidades de crédito
 (cartão e cheque especial) só devem ser utilizadas em momentos de 
emergência e por um prazo curto de tempo, devido ao custo proibitivo.
No caso do cartão de crédito, a recomendação dos economistas é que os clientes bancários paguem toda a fatura no vencimento para não deixar
 saldo devedor.
O governo anunciou recentemente que quer baixar os juros do cartão de 
crédito. Se a medida for implementada, os juros do cartão recuariam para 
cerca de 240% ao ano, o que ainda seria muito alto pelos padrões 
internacionais.
Pela norma, o rotativo só poderá ser usado até o vencimento da fatura 
seguinte. Se na data do vencimento o cliente não tiver feito o pagamento 
total do valor da fatura, o restante terá que ser parcelado ou quitado. Alguns bancos já começaram a se ajustar.

Juro médio sobe

A queda dos juros do cartão de crédito e do cheque especial, porém, não foi suficiente para influenciar a taxa média de todas as operações com recursos livres (que excluem crédito imobiliário, rural e do BNDES).
No mês passado, a taxa média dessas operações atingiu 53,2% ao ano - 
o maior nível desde novembro de 2016 (53,8% ao ano). Em janeiro, a taxa 
estava em 52,9% ao ano.

O juro bancário dos empréstimos feitos apenas a pessoas físicas subiu 0,5 
ponto percentual no mês passado (para 73,2% ao ano). Já a taxa cobrada 
nos empréstimos a empresas recuou 0,1 ponto percentual, para 28,7% ao
 ano.
O aumento dos juros bancários acontece em momento de queda da Selic, 
a taxa básica de juros da economia, fixada pelo Banco Central, que
 influencia a chamada "taxa de captação" dos bancos, ou seja, quanto 
eles pagam pelos recursos.
No mês passado, a taxa de captação dos bancos somou 10,7% ao ano, 
contra 11,1% ao ano em janeiro para o crédito com recursos livres.

'Spread' bancário

Com a queda da taxa de captação dos bancos, e alta do juro médio aos 
seus clientes, o chamado "spread bancário" - ou seja, a diferença entre o 
que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes - 
subiu em fevereiro para 42,5 pontos percentuais, contra 41,8 pontos 
percentuais em janeiro.

No caso das operações com pessoas físicas, o "spread" avançou de 61,2 
pontos percentuais em janeiro para 62,3 pontos percentuais em fevereiro 
deste ano. Esse índice é elevado quando comparado à média praticada 
pelos bancos em outros países.
O "spread" é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, 
por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são 
mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo 
federal, entre outros.
Segundo a autoridade monetária, pouco mais da metade do spread é 
formado pela taxa de inadimplência. Os dados do Banco Central (abaixo) revelam, porém, que o spread bancário subiu no mês 
passado mesmo com o recuo da taxa de inadimplência.

Taxa de inadimplência

Dados do Banco Central mostram que a taxa de inadimplência recuou em fevereiro deste ano. No mês passado, a taxa de inadimplência das 
pessoas físicas, nas operações com recursos livres (exclui crédito i
mobiliário, rural e do BNDES), caiu de 6% para 5,9%
Considerando a inadimplência com recursos livres para pessoas físicas e jurídicas, também houve recuo no mês passado, de 5,7% (próximo do teto 
de série histórica, que é de 5,9%) para 5,6%. No caso das operações com empresas, a taxa de inadimplência caiu de 5,4% em janeiro para 5,2% em fevereiro.

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