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ONG analisa 240 pontos de rios da Mata Atlântica e apenas 2,5% têm água com boa qualidade


Relatório da SOS Mata Atlântica traz os resultados de 1.607 análises da qualidade da água em 240 pontos localizados em 11 estados brasileiros.
O relatório elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica divulgado nesta quarta-feira 
(22) mostra que a qualidade da água é considerada boa em apenas seis (2,5%) de
 240 pontos analisados nas bacias brasileiras situadas nesse bioma. A Organização 
das Nações Unidas (ONU) instituiu o 22 de março como o Dia Mundial da Água.
O documento traz o resultado de 1.607 análises da qualidade da água. São 73 

municípios de 11 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, 
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além 
do Distrito Federal.
Nenhum ponto monitorado apresentou a água com parâmetros necessários para ser considerada ótima. Em 168 deles, 70% das regiões analisadas, a qualidade é regular. 
Em 63, ou 26,3%, é ruim. Três pontos - 1,2% - têm o índice classificado como péssimo.

Critérios

As coletas foram feitas mensalmente no período de março de 2016 até fevereiro deste 
ano. São 16 critérios levados em consideração: temperatura da água, temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas 
e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio dissolvido 
(OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), potencial hidrogeniônico (pH), fosfato
 (PO4) e nitrato (NO3).
Após a análise das amostras mensais em cada um dos pontos, foi feita a média dos resultados para estabelecer o índice de qualidade.
“A principal causa da poluição dos rios monitorados é o despejo de esgoto doméstico
 junto a outras fontes difusas de contaminação, que incluem a gestão inadequada dos resíduos sólidos, o uso de defensivos e insumos agrícolas, o desmatamento e o uso desordenado do solo”, disse Malu Ribeiro, coordenadora de Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica.
De acordo com a fundação, em comparação com o ano anterior, 15 pontos 
apresentaram perda de qualidade da água. Treze deles estão localizados em capitais
 e em bacias urbanas. Desses, oito estão em São Paulo, na bacia hidrográfica do Rio 
Tietê; um na cidade do Rio de Janeiro, no Rio Pavuna; três no Recife, no Rio
 Capibaribe; e três em João Pessoa, nos Rios Jaguaribe e Tambiá.
Outros 18 trechos analisados apresentaram melhoria em relação ao ano passado - 
todos estão localizados em regiões que contam com mata nativa e áreas protegidas,
 e também contam com ações de saneamento básico.

Desses locais com melhorias, 15 estão na bacia hidrográfica do Rio Tietê, sendo 
sete deles localizados em São Paulo; um na cidade do Rio de Janeiro, junto ao 
sistema de pré-tratamento no Rio Carioca; um em Olinda, no Rio Beberibe; e um 
em Maceió, no Riacho Doce.
Em 134 pontos analisados não houve alteração significativa da qualidade da água
 em comparação com o ano passado. Trinta e quatro deles, no entanto, mantiveram
 os índices de qualidade como ruim ou péssimo.

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