Caminhão colidiu com helicóptero de Boechat a 40 km/h, aponta laudo de perícia em SP
Documento do Instituto de Criminalística indica que motorista estava na velocidade permitida ao sair de pedágio. Acidente que matou jornalista e piloto completa um mês nesta segunda.
Laudo do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo
aponta que o caminhão que colidiu com o helicóptero
que levava o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo
Quattrucci estava a aproximadamente 40 km/h no
momento da batida ao sair da praça de pedágio do
Rodonel em direção à Rodovia Anhanguera. A morte
de Boechat e Quatrucci completa um mês nesta segunda-feira (11).
Teve acesso com exclusividade ao documento do Núcleo
de Engenharia da Polícia Técnico-Científica do Instituto
de Criminalística que comprova que o veículo trafegava
dentro do limite de velocidade permitido para a via. Ele
analisou o tacógrafo do caminhão conduzido pelo motorista
João Adroaldo Tomackeves, que sobreviveu à colisão,
saindo com ferimentos leves.
Boechat e Quattrucci morreram em decorrência de
politraumatismoscausados pelo impacto entre o
helicóptero e o caminhão, ocorrido em 11 de fevereiro.
A reportagem não conseguiu localizar o representante
do Ministério Público responsável por acompanhar o
caso para comentar o assunto nesta semana.
Para a Polícia Civil, que investiga o acidente, ainda
não há elementos para responsabilizar alguém
criminalmente pela colisão e pelas mortes. O entendimento
da investigação, até então, é de que o que aconteceu
foi uma “fatalidade”.
Além do laudo do IC, que atesta que o motorista estava
em velocidade compatível para o trecho, outra prova
corrobora com a hipótese de que não houve crime na
colisão que deixou dois mortos.
Laudo do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo
aponta que o caminhão que colidiu com o helicóptero
que levava o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo
Quattrucci estava a aproximadamente 40 km/h no
momento da batida ao sair da praça de pedágio do
Rodonel em direção à Rodovia Anhanguera. A morte
de Boechat e Quatrucci completa um mês nesta segunda-feira (11).
Teve acesso com exclusividade ao documento do Núcleo
de Engenharia da Polícia Técnico-Científica do Instituto
de Criminalística que comprova que o veículo trafegava
dentro do limite de velocidade permitido para a via. Ele
analisou o tacógrafo do caminhão conduzido pelo motorista
João Adroaldo Tomackeves, que sobreviveu à colisão,
saindo com ferimentos leves.
Boechat e Quattrucci morreram em decorrência de
politraumatismoscausados pelo impacto entre o
helicóptero e o caminhão, ocorrido em 11 de fevereiro.
A reportagem não conseguiu localizar o representante
do Ministério Público responsável por acompanhar o
caso para comentar o assunto nesta semana.
Para a Polícia Civil, que investiga o acidente, ainda
não há elementos para responsabilizar alguém
criminalmente pela colisão e pelas mortes. O entendimento
da investigação, até então, é de que o que aconteceu
foi uma “fatalidade”.
Além do laudo do IC, que atesta que o motorista estava
em velocidade compatível para o trecho, outra prova
corrobora com a hipótese de que não houve crime na
colisão que deixou dois mortos.
'Fatalidade'
Procurado para comentar o resultado do laudo do
IC sobre o tacógrafo do caminhão no momento da
colisão com a aeronave, o delegado que investiga o
caso informou que o documento será anexado ao inquérito policial.
“Em análise é o tacógrafo, que é o equipamento que
mede a velocidade do automóvel. A velocidade na
hora do impacto era de 40 km/h, que é compatível
com a via, o limite da via”, disse o delegado Alexandre
Marcos Kerckhof Cardoso e Silva, do 46º Distrito
Policial (DP), em Perus, onde o caso foi registrado.
O caminhão, que tinha equipamento Via Fácil para
não parar no pedágio, estava a 80 km/h antes de se
aproximar da cabine da praça no Rodoanel, segundo
o laudo do Instituto de Criminalística. Depois, reduziu
para 60 km/h, e em seguida 40 km/h. Na desaceleração,
saiu de 20 km/h, ao passar pela cancela do pedágio,
subiu novamente para cerca de 40km/h e colidiu com
o helicóptero.
"As linhas desordenadas (rabiscos) impedem uma
medição mais precisa e não fazem parte do funcionamento
regular do equipamento (surgiram por conta do impacto
do veículo com a aeronave)", informa trecho do laudo do
IC sobre a leitura do tacógrafo, que aponta a velocidade
em torno de 40 km/h como a que o caminhão estava no
momento que colidiu com o helicóptero.
Segundo o delegado, até o momento, as provas do
inquérito indicam que o acidente que deixou Boechat
e Quattrucci mortos não foi criminoso.
"Uma fatalidade. O piloto realizou
a manobra de emergência e o
motorista do caminhão também
vinha em velocidade compatível",
disse Cardoso e Silva.
Diante disso, não há como a polícia criminalizar o
motorista Tomackeves pela batida e, muito menos, pelas mortes.
“Ele [o motorista] mesmo alega que sequer teve ciência
do que aconteceu. Ele foi atingido em cheio, não teve
tempo de ver, freou posteriormente ao impacto, e só
tomou ciência do que o atingiu depois que foi retirado
do caminhão”, falou o delegado.
Não conseguiu localizar Tomackeves para comentar o
assunto nesta semana. Quando prestou depoimento
na delegacia, o motorista se referiu assim ao acidente:
"Do nada cai uma coisa lá do céu em cima da tua cabeça."
Procurado para comentar o resultado do laudo do
IC sobre o tacógrafo do caminhão no momento da
colisão com a aeronave, o delegado que investiga o
caso informou que o documento será anexado ao inquérito policial.
“Em análise é o tacógrafo, que é o equipamento que
mede a velocidade do automóvel. A velocidade na
hora do impacto era de 40 km/h, que é compatível
com a via, o limite da via”, disse o delegado Alexandre
Marcos Kerckhof Cardoso e Silva, do 46º Distrito
Policial (DP), em Perus, onde o caso foi registrado.
O caminhão, que tinha equipamento Via Fácil para
não parar no pedágio, estava a 80 km/h antes de se
aproximar da cabine da praça no Rodoanel, segundo
o laudo do Instituto de Criminalística. Depois, reduziu
para 60 km/h, e em seguida 40 km/h. Na desaceleração,
saiu de 20 km/h, ao passar pela cancela do pedágio,
subiu novamente para cerca de 40km/h e colidiu com
o helicóptero.
"As linhas desordenadas (rabiscos) impedem uma
medição mais precisa e não fazem parte do funcionamento
regular do equipamento (surgiram por conta do impacto
do veículo com a aeronave)", informa trecho do laudo do
IC sobre a leitura do tacógrafo, que aponta a velocidade
em torno de 40 km/h como a que o caminhão estava no
momento que colidiu com o helicóptero.
Segundo o delegado, até o momento, as provas do
inquérito indicam que o acidente que deixou Boechat
e Quattrucci mortos não foi criminoso.
"Uma fatalidade. O piloto realizou
a manobra de emergência e o
motorista do caminhão também
vinha em velocidade compatível",
disse Cardoso e Silva.
Diante disso, não há como a polícia criminalizar o
motorista Tomackeves pela batida e, muito menos, pelas mortes.
“Ele [o motorista] mesmo alega que sequer teve ciência
do que aconteceu. Ele foi atingido em cheio, não teve
tempo de ver, freou posteriormente ao impacto, e só
tomou ciência do que o atingiu depois que foi retirado
do caminhão”, falou o delegado.
Não conseguiu localizar Tomackeves para comentar o
assunto nesta semana. Quando prestou depoimento
na delegacia, o motorista se referiu assim ao acidente:
"Do nada cai uma coisa lá do céu em cima da tua cabeça."
Causas
Além das eventuais responsabilidades pelo acidente
que deixou mortos, a polícia apura as causas do que
possa ter causado a pane no helicóptero.
“O que a gente tem até agora: responsabilidade criminal
a gente não tem a quem imputar”, disse Cardoso e Silva.
“Talvez trata-se de um acidente por motivo ainda a
esclarecer e o que vai restar agora é a responsabilidade
civil e administrativa. Pelo menos o que a gente tem até
agora, não responsabilizando criminalmente ninguém
pela fatalidade.”
Policiais militares que atenderam a ocorrência no dia,
uma mulher que ajudou a socorrer o motorista do caminhão,
e o filho do piloto, que era sócio de Quattrucci na empresa
aérea criada pelo pai, já prestaram depoimento na delegacia.
O inquérito do acidente ainda não foi concluído e depende
do resultado de outros laudos. Dentre os quais, o da
Aeronáutica, que apontará as prováveis causas da pane
no helicóptero, até este momento desconhecidas.
Além das eventuais responsabilidades pelo acidente
que deixou mortos, a polícia apura as causas do que
possa ter causado a pane no helicóptero.
“O que a gente tem até agora: responsabilidade criminal
a gente não tem a quem imputar”, disse Cardoso e Silva.
“Talvez trata-se de um acidente por motivo ainda a
esclarecer e o que vai restar agora é a responsabilidade
civil e administrativa. Pelo menos o que a gente tem até
agora, não responsabilizando criminalmente ninguém
pela fatalidade.”
Policiais militares que atenderam a ocorrência no dia,
uma mulher que ajudou a socorrer o motorista do caminhão,
e o filho do piloto, que era sócio de Quattrucci na empresa
aérea criada pelo pai, já prestaram depoimento na delegacia.
O inquérito do acidente ainda não foi concluído e depende
do resultado de outros laudos. Dentre os quais, o da
Aeronáutica, que apontará as prováveis causas da pane
no helicóptero, até este momento desconhecidas.
Motor desligado
Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) disseram em conversas
com policiais que é provável que o piloto Quattrucci tenha
desligado o motor do helicóptero ao notar a pane, como
medida de segurança para procurar um local seguro e
pousar, evitando alguma explosão, por exemplo.
“Não está fechado o diagnóstico, mas ele [o piloto]
provavelmente recebeu algum alerta da própria
aeronave e efetuou o desligamento dela e fez aquele
pouso”, disse Cardoso e Silva. “Algum tipo de informação
de que a aeronave estava com problema, seja no motor
ou seja... alguns dos sensores dela, e ele identificou o
problema e tomou uma decisão”.
Ainda segundo análise preliminar da perícia da Aeronáutica, helicópteros como o que se acidentou, um modelo Bell 206B, costumam fazer pousos de emergência entre 60 km/h a 80 km/h quando estão com motor desligado.
Aeronautas acreditam que a aeronave de Quattrucci estava
com essa velocidade média, seria seguro fazer um pouso forçado,
que manteria a cápsula da aeronave intacta e poderia salvar as
vidas do piloto e de Boechat.
Exames toxicológicos do Instituto Médico Legal (IML) feitos nas vítimas não acusaram nenhuma substância nelas durante o acidente.
Técnicos dos fabricantes da aeronave, a Bell Helicopter, e do motor,
a Rolls Royce, acompanham o trabalho dos peritos. A turbina, por
exemplo, que faz parte do motor, foi levada para ser periciada em
Belo Horizonte, Minas Gerais, porque lá o fabricante possui
laboratório e oficinas conveniadas.
Laudo do Cenipa sobre as prováveis causas do acidente com
o helicóptero não irá apontar culpados, mas trará diretrizes de
segurança no voo para evitar que novos problemas ocorram
com aeronaves do mesmo tipo.
Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) disseram em conversas
com policiais que é provável que o piloto Quattrucci tenha
desligado o motor do helicóptero ao notar a pane, como
medida de segurança para procurar um local seguro e
pousar, evitando alguma explosão, por exemplo.
“Não está fechado o diagnóstico, mas ele [o piloto]
provavelmente recebeu algum alerta da própria
aeronave e efetuou o desligamento dela e fez aquele
pouso”, disse Cardoso e Silva. “Algum tipo de informação
de que a aeronave estava com problema, seja no motor
ou seja... alguns dos sensores dela, e ele identificou o
problema e tomou uma decisão”.
Ainda segundo análise preliminar da perícia da Aeronáutica, helicópteros como o que se acidentou, um modelo Bell 206B, costumam fazer pousos de emergência entre 60 km/h a 80 km/h quando estão com motor desligado.
Aeronautas acreditam que a aeronave de Quattrucci estava
com essa velocidade média, seria seguro fazer um pouso forçado,
que manteria a cápsula da aeronave intacta e poderia salvar as
vidas do piloto e de Boechat.
Exames toxicológicos do Instituto Médico Legal (IML) feitos nas vítimas não acusaram nenhuma substância nelas durante o acidente.
Técnicos dos fabricantes da aeronave, a Bell Helicopter, e do motor,
a Rolls Royce, acompanham o trabalho dos peritos. A turbina, por
exemplo, que faz parte do motor, foi levada para ser periciada em
Belo Horizonte, Minas Gerais, porque lá o fabricante possui
laboratório e oficinas conveniadas.
Laudo do Cenipa sobre as prováveis causas do acidente com
o helicóptero não irá apontar culpados, mas trará diretrizes de
segurança no voo para evitar que novos problemas ocorram
com aeronaves do mesmo tipo.
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