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Tentativa de Bolsonaro de se reaproximar de evangélicos pode atrapalhar permanência de Vélez


  Relação do governo com bancada começou a apresentar ruídos em novembro


Um dos freios de arrumação que Bolsonaro e sua equipe já detectaram que precisam fazer para melhorar o relacionamento do governo com o Congresso é com a bancada evangélica.

No fim de novembro, a relação começou a apresentar ruídos. O então presidente eleito pedira aos deputados três indicações para o Ministério da Cidadania, responsável por comandar os programas sociais do governo.

Foram sugeridos os nomes dos deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP), Marco Feliciano (Podemos-SP) e Ronaldo Nogueira (PTB-SP). Nenhum deles emplacou. No dia 28, sem dar qualquer satisfação aos parlamentares evangélicos, Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro de Michel Temer, foi anunciado como o escolhido para a pasta.
A bancada sofreu mais um revés dois dias depois. Magno Malta, que chegou a ser chamado por Bolsonaro na campanha como o seu “vice dos sonhos”, foi descartado como opção para o ministério. “Não achamos adequado”, disse o presidente na ocasião, para irritação do pastor Silas Malafaia, relevante aliado durante a campanha presidencial e principal defensor da nomeação. “Gratidão é memória do coração”, alfinetou na época.
Antes da virada do ano, mais uma frustração para o apetite por cargos. A pastora Damares Alves foi designada para cuidar do Ministério dos Direitos Humanos sem qualquer aval dos deputados da frente evangélica.

Até a semana passada, os deputados da bancada procuravam ser discretos em suas reclamações. Bolsonaro beneficiou-se em seus dois primeiros meses de governo da disputa interna pelo comando da bancada evangélica — até agora, cinco deputados estiveram mais preocupados brigando pela disputa do posto de líder da frente, ainda em aberto.
Uma demissão no Planalto mudou de vez a postura dos integrantes nos últimos dias. No fim de semana passado, Pablo Tatim, auxiliar do ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni e ligado aos evangélicos, foi exonerado por ser investigado em um procedimento referente à sua atuação no governo anterior.
A decisão levou a bancada evangélica a decidir divulgar em breve um manifesto de independência ao governo. Marco Feliciano é daqueles aliados que não escondem mais a insatisfação com a administração Bolsonaro: “O ego daqueles que vocês elegeram está tão inflado que só enxergam seus umbigos. Alguns ministros estão deslumbrados com os holofotes”, disparou na internet recentemente.

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