Na Casa Branca, Trump diz que apoiará a entrada do Brasil na OCDE
Trump confirmou que Venezuela será um dos temas centrais do encontro
O presidente Jair Bolsonaro chegou de carro à Casa Branca na tarde desta quarta-feira, e foi recebido pelo presidente Donald Trump, que o esperava na entrada. O encontro será uma“oportunidade histórica para reformular as relações hemisféricas com este eixo Norte-Sul” , afirmou nesta segunda-feira um funcionário de alto escalão do governo Trump. Os dois presidentes trocaram camisas de futebol.
Trump confirmou que Venezuela será um dos temas centrais do encontro e disse que apoiará a entrada do Brasil na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Elogiando a campanha de Bolsonaro, Trump disse que os dois países nunca estiveram tão próximos quanto agora.
— O Brasil e os Estados Unidos nunca estiveram mais próximos do que estamos agora. Temos uma grande aliança com a Brasil, a maior do que jamais tivemos. O comércio que temos com o Brasil não é tao bom quanto deveria ser — disse Trump, elogiando a campanha do presidente brasileiro. — É um prazer para mim termos aqui o grande presidente Bolsonaro, que está fazendo um grande trabalho. A campanha dele foi incrível. Algumas pessoas disseram que lembraram da nossa campanha quando pensaram na campanha dele.
No encontro, os dois chefes de Estado devem discutir ainda como trabalhar juntos em temas regionais, mas também em outros temas de fora da região, como Irã, China e Coreia do Norte. Sobre a Venezuela, Trump disse que os dois países têm opções de diferentes.
— Para nós, está tudo sobre a mesa — disse o presidente americano a jornalistas, sobre a Venezuela. — Não discutimos ainda sobre como o Brasil pode ser envolvido em um esforço militar, vamos falar sobre isso hoje (quarta-feira). Falaremos de Venezuela, de comércio, de uma série de coisas.
Os Estados Unidos querem que o Brasil deixe a lista de nações mais favorecidas da Organização Mundial de Comercial (OMC) em troca de apoio para a entrada na OCDE. A proposta foi apresentada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lightizer. Na segunda-feira, um funcionário do alto escalão do governo Trump disse que os EUA vão 'fazer tudo o que puderem' para ajudar Brasil a entrar na OCDE .
Em seu primeiro discurso público nos Estados Unidos, um dia antes, Bolsonaro se comparou diversas vezes ao presidente americano e afirmou que os dois países têm população conservadora, o que pode sustentar acordos:
— O povo brasileiro é muito parecido com o americano. Conservador, temente a Deus, e portanto cristão, e não aceitava mais crescimento da esquerda — disse, reiterando que o Brasil tem um "presidente amigo dos Estados Unidos".
No discurso, por dez minutos de improviso e em português, Bolsonaro lembrou que, nas últimas décadas, "era tradição no Brasil eleger um presidente de mãos dadas com a corrupção e inimigos dos EUA".
— Juntos, podemos fazer muito, e essa união, até pela proximidade Brasil-Estados Unidos, pode ter certeza, alavancaremos mais ainda não só a nossa economia, bem como os valores que ao longo dos últimos anos foram deixados para trás.
Na segunda-feira, o presidente brasileiro disse ainda que os dois países devem, juntos, "resolver a questão da Venezuela":
— Temos alguns assuntos que estamos trabalhando em conjunto, reconhecendo obviamente a capacidade econômica, bélica, entre outros, dos Estados Unidos — afirmou. — Temos que resolver a questão da nossa Venezuela. A Venezuela não pode continuar do jeito que se encontra. Aquele povo tem que ser libertado. E contamos com apoio norte-americano para que esse objetivo seja alcançado. Juntos podemos fazer muito.
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