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Morador de imóvel onde havia 117 fuzis tinha acesso à conta bancária de suspeito de matar Marielle


  Ele ainda emprestou nome para Ronnie Lessa comprar uma lancha e uma vaga em uma marina de um condomínio, na Costa Verde

Preso por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) que encontraram 114 fuzis incompletos no apartamento onde morava, no Méier, na Zona Norte, Alexandre Motta de Souza, amigo há 20 anos do sargento reformado da PM Ronnie Lessa,  que seria dono do armamento e apontado como autor da morte de Marielle Franco, tinha acesso a conta e a senha bancária do militar.



A informação consta no despacho da juíza Amanda Azevedo Ribeiro Alves, responsável pela audiência de custódia que converteu a prisão em flagrante  de Ronnie e Alexandre em prisões preventivas.

Por conta do armamento apreendido os dois respondem por crimes de tráfico de armas e lavagem de dinheiro. No mesmo despacho, consta trecho de depoimento de Alexandre, prestado na DH, onde narra ter emprestado seu nome para que Ronnie comprasse, no fim de 2018,  uma lancha e uma vaga na Marina do Condomínio Porto Galo, na Costa Verde do Rio.
No depoimento, ele alegou ainda que costumava realizar serviços bancários para o sargento, entre outros afazeres, por amizade ou em troca de alguma ajuda, de acordo com o despacho.

Alexandre também informou que desde 2014 não exercia atividade remunerada e alegou que desconhecia o teor das caixas onde os fuzis incompletos estavam guardados.
Segundo o depoimento, Lessa esteve, em dezembro último, na casa de Alexandre dizendo que precisava guardar as caixas, porque havia terminado uma sociedade de venda de produtos pela internet. Ele teria estranhado inicialmente o fato, mas concorcou em atender o pedido do amigo e guardou as caixas em um quarto e num armário.

O crime (14/03/2018)


A vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes são mortos a tiros por volta de 21h na Rua João Paulo I, no Estácio. Os tiros partiram de um Cobalt Prata que emparelhou com o Chevrolet Agile Branco no qual a vereadora seguia para sua casa.

Além dos 117 fuzis incompletos (não tinham cano de direcionamento de tiro, parte do carregador e o mecanismo de disparo), a polícia apreendeu no apartamento de Alexandre, uma arma calibre 22, 360 balas de fuzil  e  acessórios como mira e supressores de ruído .


O despacho que converte as pisões em flagrante em preventivas também cita trechos do depoimento  prestado por Ronnie Lessa na DH. O militar assume que é dono do material apreendido e que seu amigo de infância não sabia do teor das caixas.
Ronnie Lessa também já está preso preventivamente por conta da morte de Marielle Franco. As armas foram apreendidas quando agentes da DH cumpriam mandado de busca e apreensão na casa de Alexandre.
Já se sabe que o PM reformado comprou algumas peças de fuzis pela internet, em outros países, e que chegou a receber pelo correio as mercadorias adquiridas no  Condomínio Vivendas da Barra, onde morava, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

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